Diário do Mercado na 5ª feira, 18.01.2017
Ibovespa recua após sucessiva renovação de máximas históricas
Resumo.
O índice doméstico passou por ligeira correção (-0,28%) na sessão desta quinta-feira – interpretada como natural pelos agentes depois de novos recordes e de passada a marca dos 81 mil pts.
O movimento de realização dos lucros por parte dos investidores foi reforçado pelo noticiário político desfavorável, diante do provável adiamento da votação da reforma da previdência, bem como pelos fechamentos mistos de Nova York.
Por outro lado, o dia foi também marcado favoravelmente pela reabertura da emissão do bônus do governo brasileiro com vencimento em 30 anos (Global 2047), que deve abrir caminho e servir de referência para a captação no exterior por companhias brasileiras.
Ibovespa.
Embora tenha se sustentado com ligeira alta pela manhã até o início da tarde, o índice passou a sofrer correção moderada, natural após três avanços consecutivos. A mínima intradiária foi atingida em seguida, aos 80.498 pts (-0,85%).
O Ibovespa ainda recuperou parte das perdas a caminho do fim do pregão, insuficiente, entretanto, para manter-se no patamar dos 81 mil pts. Petrobras, Vale e Ambev pesaram negativamente no índice, enquanto Fibria, Suzano e B3 avançaram, suavizando o recuo do índice.
O Ibovespa fechou aos 80.962 pts (-0,28%), acumulando agora +2,03% na semana, +5,97% no mês (e no ano) e +26,21% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 9,343 bilhões, sendo R$ 8,947 bilhões no mercado à vista.
Na 3ª feira, 16.01, houve ingresso líquido de capital estrangeiro no valor de R$ 412,722 milhões na bolsa, passando a acumular entrada líquida de R$ 4,541 bilhões em janeiro de 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M registrou variação de +0,82% na segunda prévia de janeiro, ante +0,88% em dezembro – acima do consenso de +0,75%. Nos últimos 12 meses o índice registra queda de -0,34%. No desdobramento do índice, o IPA-M (atacado) avançou +1,07% na 2ªP de janeiro, contra alta de +1,20% na 2ªP de dezembro. Já o IPC-M (varejo) acelerou a +0,43% no presente mês, versus +0,34% em dezembro. O INCC-M desacelerou a +0,19% em janeiro, frente a +0,27% no mês passado.
Na China, o PIB encerrou 2017 avançando +6,9%, ante +6,7% no ano anterior - ligeiramente acima da projeção de +6,8%. Já a produção industrial teve expansão anual de +6,2% em dezembro, contra 6,1% no mês anterior – sendo o consenso de +6,1%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) oscilou ao redor do valor de fechamento da véspera durante praticamente toda a sessão, navegando majoritariamente em terreno de baixa na parte da tarde – impactado também pela emissão soberana.
A moeda chegou a valer R$ 3,2020 (-0,34%) na mínima e encerrou cotada a R$ 3,2090 (-0,12%), acumulando +0,09% na semana, -3,20% no mês (e no ano) e -0,43% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos se manteve nos mesmos 146 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular próximos à estabilidade, com viés de alta nos contratos de curto e médio prazos e de baixa na ponta longa. O mercado prossegue monitorando com cautela o cenário político doméstico.
Para a sexta-feira.
Alemanha: IPP;
Reino Unido: vendas no varejo exc. combustível de auto e vendas no varejo inc. combustível de auto;
EUA: sentimento Universidade de Michigan, expectativas Universidade de Michigan e condições atuais Universidade de Michigan;
Brasil: coleta de impostos e confiança industrial CNI.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 1801.2017, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos da equipe do BB Investimentos.